O horror da violência, por Luiz Paulo

 

Minhas saudações à sra. presidente deputada Tia Ju, srs. deputados e sra. deputadas que nos assistem de forma remota e aqueles que estão ainda aqui de forma presencial, senhoras e senhores telespectadores, senhora intérprete de Libras, que leva a nossa voz aos deficientes auditivos. 

Hoje cedo, resolvi fazer algo que não fazia há muito tempo. Antes das 7 horas, liguei a televisão para ver o noticiário e estava iniciando o Bom Dia Rio. A primeira notícia que vi foi a invasão da Rússia, que bombardeia duas áreas da Ucrânia: Kiev, que é a capital, e uma região mais periférica. Fiquei perplexo ao ver como, no século XXI, a título de qualquer pretexto, um país invade o outro, mesmo que não seja com forças de ocupação, e o bombardeia.

Fiquei chocado, porque haverá destruição e centenas de mortes de inocentes. Jamais entendi que guerra fosse solução para qualquer conflito. No meu entendimento, os conflitos teriam que ser resolvidos com mediação, ouvidos, evidentemente, os lados que estão nessa situação. Para isso, existe diplomacia. Então, primeiro, deixo aqui a minha indignação e o meu protesto, a minha discordância em relação à atitude bélica da Rússia contra a Ucrânia.

Em segundo lugar, o que me chocou mais ainda foi a segunda notícia que vi. Em Botafogo, divisa com Flamengo, dois bairros tradicionais da cidade do Rio de Janeiro, na zona sul, possíveis torcedores de clubes – e eu sou flamenguista – entraram em confronto direto. As imagens estão na televisão. Um cidadão já estava desacordado no chão e uns 15 o estavam cercando, pisoteando e dando pauladas, exatamente como aconteceu com Moïse, por outros motivos, na Barra da Tijuca.

Eu me pergunto: não somos seres humanos? Nós não defendemos o humanismo? Nós não consideramos que o valor mais importante que nós temos é a vida? Como um cidadão desacordado pode ser pisoteado, esmagado, receber pauladas de outros 15? Para onde estamos caminhando?

Confesso que amanheci o dia em estado de choque e com o coração em lágrimas. Talvez, pelos meus muitos anos de vida, já esteja com a sensibilidade aflorada, mas é difícil. Não consigo reconhecer – já tinha discursado aqui outro dia sobre isso – a violência gratuita no mundo, em especial em nosso país e, em especial, no nosso estado. A vida não tem mais valor. Mata-se por qualquer coisa.

Então, trouxe esse depoimento porque outras pessoas seguramente também viram esse noticiário em torno das sete horas da manhã e devem ter ficado tão horrorizadas quanto eu.

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