CPI da crise fiscal quer conhecer projeto de modernização de fiscalização tributária no Estado do Rio de Janeiro

CPI da crise fiscal quer conhecer projeto de modernização de fiscalização tributária no Estado do Rio de Janeiro

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sobre a crise fiscal, presidida pelo deputado estadual Luiz Paulo, aprovou uma visita à Sefaz em julho para que os integrantes da CPI conheçamdetalhes do projeto de modernização de fiscalização tributária no Estado do Rio e o que realmente está sendo feito pelo Governo do Estado para melhorar a fiscalização. A Audiência pública foi sobre o controle das barreiras fiscais no Estado.

O deputado Luiz Paulo lembrou que o estado perde, em média, R$ 11 bilhões por ano em sonegação de impostos. “O governo nos apresentou dados positivos e um projeto de melhora na fiscalização. Mas ainda escutamos muitas críticas ao processo. Queremos realmente averiguar o que está sendo feito pela Sefaz. É importante aumentar a arrecadação do estado, principalmente se uma Reforma Tributária for aprovada no Congresso Nacional. A proposta, que começará a ser apreciada no segundo semestre, deve prever o recolhimento de ICMS no destino final e o Estado do Rio é muito importador, logo teremos que redobrar a fiscalização para não perdermos receita”, explicou o parlamentar.

Ainda segundo o parlamentar, é necessário saber se o Governo do Estado já realizou ou ainda vai contrair um empréstimo na quantia de R$ 250 milhões, aprovado pela Alerj em abril de 2018, com o intuito de modernizar a Sefaz. A autorização para o empréstimo é determinada pela Lei 7.940/18.

A previsão atual da Sefaz é que sejam gastos R$ 250 milhões em obras nos cinco pontos de barreiras fiscais, na compra de câmeras com identificação de placas por caracteres e nas tecnologias de processamento de informações. O assessor especial da Sefaz, Guilherme Piunti, informou que mesmo sem as tecnologias de ponta, entre fevereiro e maio deste ano foram apreendidos 60 caminhões com mercadorias irregulares, sendo que a metade das apreensões foi de combustível etanol. Foram recuperados R$ 4,6 milhões aos cofres públicos e doados aproximadamente 400 mil litros do combustível à Polícia Militar. Guilherme disse que nos últimos dez anos só tinham sido recolhidos R$ 3,8 milhões pela fiscalização.

“Desde o início deste novo governo intensificamos nossas barreiras e realizamos operações para coibir a sonegação fiscal. O resultado está sendo positivo. A modernização, principalmente com novas câmeras, é o futuro de toda fiscalização dos estados brasileiros. Estamos realizando estudos para saber o real impacto das modernizações na arrecadação e especificar exatamente quando vamos começar a implementar as mudanças”, declarou.

Barreiras Fiscais

Em 2010 foi criada a Operação Barreira Fiscal no Estado do Rio. Atualmente, existem cinco pontos de fiscalização fixas, localizadas nos municípios de Itatiaia, Angra dos Reis, Itaperuna, Comendador Levy Gaspariam e Campos dos Goyracazes. A operação é coordenada pela Secretaria de Estado de Governo (Segov), com a participação dos auditores da Sefaz e de policiais militares. O objetivo é fiscalizar a cobrança de tributos, além de apreender produtos pirateados e contrabandeados. A Sefaz também realiza fiscalização volante em todas as rodovias estaduais.

Outro tema debatido durante a reunião foi a securitização da Dívida Ativa, ou seja, a transferência de títulos da dívida para instituições financeiras. Luiz Paulo explicou que é necessário retirar qualquer indício de securitização de dívida da atualização do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que deve começar a ser discutida em setembro deste ano. Para o deputado há outras maneiras mais eficazes de realizar a cobrança dos ativos.

O parlamentar disse que vai sugerir aos órgãos competentes, por exemplo, o fim dos benefícios fiscais às empresas que tenham dívida ativa. “Esta medida seria melhor do que qualquer securitização. As empresas que ganham benefícios não podem dever. Na securitização, o estado acaba perdendo arrecadação já que uma parte do dinheiro vai para quem tiver comprado o título do débito”, disse Luiz Paulo. A securitização foi autorizada pela Lei 7.040/15. 

Deixe um comentário