A necessidade de Segurança Presente e o risco das tirolesas, por Luiz Paulo

A necessidade de Segurança Presente e o risco das tirolesas, por Luiz Paulo

A necessidade de Segurança Presente e o risco das tirolesas, por Luiz Paulo

Sra. presidente, cumprimentando antes V. Exa., na presidência dos trabalhos, e cumprimentando as senhoras e senhores telespectadores da TV Alerj.

A zona sul e Segurança Presente

Quero trazer dois temas da cidade do Rio de Janeiro para nossa discussão, especificamente uma da região do Humaitá e outra da região da Urca. Há três ou quatro anos, fiz uma emenda ao orçamento do Estado para que se levasse Segurança Presente até o corredor de Botafogo/Humaitá. Naquele momento, na lei orçamentária, justifiquei detalhadamente. À época tinha sido criado o Programa Segurança Presente em Laranjeiras. Já existia no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Quem conhece a cidade sabe que a Rua Humaitá, quando chega no seu final, quase no Rebouças, é uma garganta. Garganta é uma condição topográfica. Em engenharia, quando você estuda traçados de rodovias, garganta é ponto obrigatório de passagem, porque sai de uma vertente de um morro para o outro. Então, o único lugar para passar é a garganta. Tanto é que, quando você vê filmes de faroeste, todas as tocaias são nas gargantas.

 

A Rua Humaitá dá acesso a todas as regiões da cidade. Exatamente um pouco antes de chegar ao túnel Rebouças há uma saída à esquerda que dá acesso para a Epitácio Pessoa. Mas, também à esquerda, você sai para a Borges de Medeiros. E, ali saindo, pode ir para Leblon, Ipanema ou Barra da Tijuca. Ainda há uma segunda saída à esquerda em que você novamente vai para um eixo paralelo à Borges de Medeiros para chegar à Lagoa, lá na frente, na igreja de São José. Se quiser seguir em frente, vai para o Jardim Botânico ou Gávea, vai para o Leblon ou vai para a Barra. Se dobrar à direita, ganha o mundo: vai para São Gonçalo, para Petrópolis, Santa Teresa, o centro da cidade.

 

Enquanto não se tem Segurança Presente ali em Botafogo, Humaitá, aquela região cada vez aumenta o risco, porque quem quer praticar algum crime, ali tem mais garantia de fugir para qualquer lugar.

 

Segurança pública insuportável

Há 15 dias houve uma reunião no Humaitá, com a presença de comerciantes, moradores. Ficou claro que está insuportável a segurança pública naquela região, quer seja pelos assaltos ao comércio, quer seja pelo assalto às pessoas, principalmente aos carros, quando param nos semáforos, ou até mesmo as próprias motos.

Serve a presente fala para solicitar ao Governo do Estado e, especificamente, à Secretaria de Governo, que tem como titular o deputado Chico Machado, no sentido de implantar o Segurança Presente nesse importante corredor da cidade.

 

Mas tenho algo mais a acrescentar: fui procurado por moradores da Urca, com algo que não é muito novo, mas está recrudescendo. O Bondinho do Pão de Açúcar quer implantar lá uma tirolesa, em nome do desenvolvimento do turismo, como se fosse a tirolesa que tivesse potencial a desenvolver turismo sem considerar a interferência na vida daqueles que moram na região.

 

Sociedade civil despertou para o risco da tirolesa

Recebi um documento profundo de um grupo de ação ecológica, muito organizado, liderando um movimento, que, entre outras questões, escreveu o seguinte parágrafo: “A sociedade civil despertou um pouco tarde para os graves problemas de tal tirolesa. Mas, quando a ficha enfim caiu, criou-se espontaneamente um belo movimento, ainda em maturação, contra ela, reunindo grupo de ação ecológica, moradores da Urca e montanhistas avulsa: o Movimento Pão de Açúcar sem tirolesa, que ganha corpo a cada dia nas redes sociais, nas mídias tradicionais e nos embates em reuniões com os representantes da imprensa.

 

A paralisação das obras pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, por não ter sido ouvida a GeoRio antes das perfurações na rocha que foram efetuadas, deu tempo para que a sociedade carioca seja melhor esclarecida acerca dos impactos evidentes que a tirolesa causaria e esperamos vê-lo definitivamente embargado, repetindo assim o êxito do outro Movimento Salve o Leme”.

 

Devido a isso, quero me associar a este movimento, exatamente, porque, se refletíssemos nos tempos atuais, será que hoje o Bondinho de Pão de Açúcar, sobre o ponto de vista das regras ambientais, poderia existir? Evidentemente que não passaria nas regras ambientais. Mas ele existe. É um potencial turístico? É. Faz parte do cartão-postal da cidade? Sim. Mas por que insistir em fazer outras tirolesas sabendo do nível de ruído, da agressão ambiental, da intrusão visual e das inseguranças dessas tirolesas?

 

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