Troca troca de secretários, por Luiz Paulo

Troca troca de secretários, por Luiz Paulo


Depois de conversarmos, neste dia 27 de maio, por mais de meia hora sobre tema absolutamente relevante – como estruturar o estado e os municípios para minorar o impacto da violência, no sentido de desaparecimento de crianças e adolescentes – preciso trazer à discussão tema que diz respeito à organização do estado. Gosto muito de ditados populares e quero abrir esta discussão com um sobre a panela, que talvez seja o utensílio com maior volume de provérbios populares. Diz u provérbio popular: “Panela que muitos mexem, a comida desanda ou até mesmo azeda.”
A troca incessante de secretários no governo do Rio de Janeiro
Jamais vi quantidade tão grande de deputados que viram secretários e deixam de ser no dia seguinte, como nestas últimas 48 horas; deputados que vão para o Tribunal de Contas e, no dia seguinte, já não vão mais. E basta fazer as contas para ver como essa é uma prática deste governo. Comecemos: na secretaria de fazenda, já se está no terceiro secretário; na de saúde, no quinto; na de desenvolvimento econômico, no quarto; na ciência e tecnologia, no terceiro; na de turismo, está no terceiro e, talvez, a caminho do quarto; na secretaria de governo, já perdi a conta, não sei se é quarto ou quinto.
A descontinuidade resultante dessa ausência de método
Considero tudo isso muito ruim, porque a política passa a não ter continuidade, que é necessária para boa governança. Acho natural o governador mudar secretário, mas as mudanças são muito grandes, além da forma como são feitas. Tem direito a nomear quem quiser e bem entender, mas o faça no Diário Oficial, porque isso não ajuda a estruturar o governo.
Nada está documentado ou estudado
A segunda questão é que queremos que o Rio de Janeiro tenha um planejamento estratégico de desenvolvimento econômico e social. O governador, que já foi embora, Wilson Witzel, vinha a público dizer que a saída para o Rio de Janeiro era o turismo. Mas onde está escrito, documentado, estudado e aprofundado que essa é a saída para o Rio de Janeiro? Em lugar algum.
Observemos a geração de emprego e renda, e veremos que não tem essa significância tão grande. Agora, o novo governador diz que a saída é pela logística, que vai recuperar estrada com o dinheiro da Cedae, que vai investir em porto, aeroporto. Qual o documento que o embasa para dizer isso? Nos cinco eixos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, nos cinco eixos que o governo mandou, não há isso. Fala-se muito e se planeja, se estuda e se fundamenta muito pouco.
Ser oposição não quer dizer querer o pior para o estado
Na verdade, apesar de ser deputado de oposição, quero que o estado do Rio de Janeiro dê certo, para o bem da população fluminense, para o bem dos menos favorecidos, dos mais pobres, que perdem emprego e perdem renda, mas não pode ser com um governo de achismos, de vamos que vamos.
É preciso recuperar o respeito no homem público
Hoje mesmo, vi nos jornais que há três deputados disputando uma vaga, que nem está aberta ainda, no Tribunal de Contas do Estado. Qualquer um do povo devidamente preparado pode inscrever-se para essa vaga, inclusive vários deputados. Mas não é assim que se faz.
As escolhas devem vir em cima de um plano estruturado, de informações transparentes e com respeito ao indicado e aos eleitores. Sem isso se desfaz a confiança e o respeito ao homem público. Fica-se com uma visão da política de falta de profissionalismo, de desconsideração e de desrespeito à população.
“Governador, tenha bom senso.”
Trouxe este tema só para pedir ao governador que tenha bom senso. Essas coisas não são para conversar com ninguém. Quer nomear alguém secretário, chama, conversa e diz que quer nomeá-lo e, concomitantemente, chama quem está no cargo e diz: “Preciso do seu cargo, agradeço”, para que ninguém seja exonerado e o saiba pelo Diário Oficial. É preciso respeito pela política, pelas pessoas envolvidas e pelos cidadãos fluminenses.

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