Minha história profissional, por Luiz Paulo       

Minha história profissional, por Luiz Paulo       

Farei breve histórico de minha atuação como funcionário público estadual na área da engenharia, desde o período em que entrei no Estado, em 1965, até o momento em que me tornei deputado estadual e deixei de exercer a atividade de engenharia, em 2002. Registre-se que, em 1964, tive carteira assinada pela 1ª vez por uma empresa privada. Antes fiz estágios não remunerados importantes, na antiga SURSAN, no setor de topografia, na construção da ferrovia Guaporé-Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e no desmonte da estrutura metálica que escorou o vão central da Ponte Brasil – Paraguai – Ponte da Amizade, no Paraná, nos idos de 1963/1964.  

33 anos de atividade na engenharia pública em 56 anos de trabalho

Lá se vão 33 anos de atividade de engenharia pública, mais de 20 anos como profissional autônomo de engenharia, 15 anos de magistério, 17 anos como parlamentar até a presente data, logo são 55 anos de minha vida, com trabalho cotidiano e ininterrupto, ou seja, 75% de minha existência, visto já ter atingido quase 75 anos. 

Foram 16 governadores

Para surpresa minha, verificando meus apontamentos, me dei conta de que convivi com 16 governadores, como funcionário público na área de engenharia e como deputado estadual.

Comecei no governo Carlos Lacerda, em 1965, e atravessei os governos Negrão de Lima, Chagas Freitas, Faria Lima, Chagas Freitas – 2º governo, Leonel Brizola, Moreira Franco, Leonel Brizola – 2º governo, Nilo Batista, Marcello Alencar, de quem fui vice-governador, Garotinho, Benedita da Silva, Rosinha, Cabral duas vezes, Pezão e, agora, o governador Cláudio Castro, substituindo, provisoriamente, o governador afastado Wilson Witzel.

Fase do DER – na Guanabara  e no Estado do Rio de Janeiro 

Entrei no Departamento de Estradas de Rodagem da Guanabara-DER, em 1965, e lá fiquei por 10 anos (técnico de estradas, engenheiro operacional, engenheiro civil), quando ocorreu a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 15 de março de 1975, criando-se  o novo Estado do Rio de Janeiro. Optei  por permanecer no DER-RJ até o final  de 1986, ou seja, por mais de 12 anos. Posteriormente, em 1987, fui requisitado para trabalhar, como engenheiro, na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, de lá saindo em dezembro de 1992. Entre 1995 e 1998, durante 4 anos, fui vice-governador do Estado, onde cuidei da área de infraestrutura. São mais 4 anos dedicados ligado à engenharia pública. Finalmente, entre 2001 e 2002, retornei à prefeitura do Rio. Foram mais 1 ano e 3 meses, ou seja, mais de 33 anos dedicados somente à área da engenharia pública. 

Faço esse registro, porque entrei no DER, com apenas 19 anos, em 18 de janeiro de 1965. Na época, não era engenheiro, tinha acabado de me formar em técnico de estradas pela Escola Técnica Nacional. E lá fui trabalhar na construção da nossa Avenida Brasil, no trecho Viaduto dos Cabritos/Estrada Morro do Ar. Já se vão 56 anos.

Posteriormente, em 15/08/1969, meu contrato de trabalho foi novamente  alterado para engenheiro operacional de estradas, visto que tinha me formado, em 1968, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, no governo Negrão de Lima.

Mais tarde, em 14/06/1973, meu contrato de trabalho foi, também, alterado para engenheiro civil, por ter me formado em 1972, novamente, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Neste momento, era governador Chagas Freitas.

Em 29/12/1980, pós fusão, mediante dispositivo constitucional, fui efetivado na função de engenheiro civil, consoante a legislação da época – o Decreto 3.370/1980. Era então governador Chagas Freitas.

Trabalhei nos dois Departamentos de Estradas de Rodagem, da Guanabara e do Estado do Rio de Janeiro. Da Guanabara, de 1965 até 15 de março de 1975, quando houve a fusão, e de 1975 até a minha aposentadoria. Mas, no DER, fiquei durante 21 anos, porque depois fui cedido, exatamente em 1986, à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. No meu histórico no Departamento de Estradas de Rodagem subi todo o escalão técnico e hierárquico existente. Fui chefe de seção, chefe de serviço, diretor de divisão, assessor de diretoria, diretor e vice-presidente da casa.

Minha participação nas obras pelo DER

Quero aqui registrar algumas obras importantíssimas de que participei pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Guanabara e que todos conhecem. Participar não quer dizer que fiz. Obra pública tem a participação de muita gente: os que fazem o projeto, os que fazem a locação da obra, os que ajudam a construir, os que fiscalizam, a empresa empreiteira – é obra de muitos. Participei de algumas importantes que muitos conhecem, porque andam por elas até hoje: a Avenida Brasil, no trecho do Viaduto dos Cabritos até a Estrada Morro do Ar em Santa Cruz; a implantação da mureta divisória da Avenida Brasil, tão importante para evitar sinistros; a construção de diversos viadutos, que as pessoas nem sequer lembram o nome: o Viaduto Ataulfo Alves, ali no Caju, o Edno Machado em Bonsucesso, o binário de viadutos Lobo Júnior e Lusitânia na Penha e, também, a locação e implantação de diversas passarelas.

Trabalhei, também, na Autoestrada Lagoa/Barra, nas duas etapas: do Túnel Dois Irmãos até a Barra da Tijuca e, posteriormente, no trecho da PUC; na construção do Elevado Paulo de Frontin e nas obras de acesso do Túnel Rebouças.

Depois da fusão, com esse novo Estado do Rio de Janeiro, composto, à época, por 64 municípios, continuei o trabalho de engenheiro, por exemplo, no Viaduto Tribobó, na intersecção da RJ-104 com a RJ-106; na implantação e pavimentação da Rodovia 224, até Itabapoana, ligando o Município de Campos dos Goytacazes a São João de Itabapoana; na Estrada Itaocara-Cambuci, RJ-158; na Teresópolis-Friburgo, RJ-130.

Aqui na antiga Guanabara, atuei em diversos outros programas, já com o nome de Cidade do Rio de Janeiro, como o acesso aos Morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, pela Rua Saint Roman, em Copacabana; no programa famoso dos Cieps, de Leonel de Moura Brizola e Darcy Riberio; na Linha Vermelha, na fase de projeto e licitação; e na própria fiscalização da Passarela do Samba. Estou fazendo este registro, porque essas obras fazem parte da história da nossa Cidade e do nosso Estado. E da minha.

A fase da Prefeitura do Rio

Trabalhei na prefeitura de 1987 a 1992. Fui para lá no governo de Saturnino Braga, prefeito, e lá fiquei no governo do prefeito Marcello Alencar. No governo de Saturnino, fui diretor-geral de obras da Prefeitura, trabalhando nas obras de pavimentação, financiadas pela Caixa Econômica, na Zona Oeste, e em muitas obras e contenções de encostas em diversos pontos, visto que a cidade tinha sido abalada por terrível tragédia, a de 1988. Articulei, à época, como engenheiro, junto ao Banco Mundial, um empréstimo importante, cujos recursos foram empregados para a recuperação da Cidade do Rio.

No governo do então prefeito Marcello Alencar, fui secretário de obras da cidade por quatro anos, de 1989 a 1992. Durante dois anos, também fui secretário de urbanismo e meio ambiente e o prefeito, eu e minhas equipes deixamos importantíssimo legado para a cidade, legado institucional na área de planejamento. Coordenamos o Plano Diretor Decenal da Cidade do Rio de Janeiro, aprovado pela Câmara em 1992, com muitos avanços urbanísticos.

Como secretário de obras, coordenei e comandei obras que marcaram época e estão até hoje sendo amplamente utilizadas pela população, como o Rio Orla, do Leme ao Recreio dos Bandeirantes; a Ciclovia da Lagoa, o Calçadão de Ramos, a recuperação da Praça Paris e de tantas outras praças. Cito, ainda, a duplicação da Estrada Rio do Pau, a construção do Viaduto da Pavuna, a duplicação da Estrada do Mendanha, em Campo Grande, a duplicação da Estrada Morro do Ar, em Santa Cruz, a recuperação da Reta do João XXIII, também em Santa Cruz, e a remodelação da Presidente Vargas.

A fase da vice governadoria do Estado do Rio de Janeiro

No período de 1995 a 1998, como vice-governador do Estado, também exerci as funções de secretário de obras, chefe da casa civil e coordenador de infraestrutura. Algumas obras marcantes que o governo Marcello Alencar deixou e em que trabalhei destaco aqui: o metrô ligando Botafogo à Praça Cardeal Arcoverde, o metrô chegando à Pavuna, a Via Light, as Vilas Olímpicas da Baixada Fluminense, a RJ-130, Teresópolis-Friburgo.

Houve, também, programa importantíssimo, que chamamos de Baixada Viva com Água, Luz, Esgoto e Asfalto, denominados Viva Itaboraí, Viva São Gonçalo e Viva a Baixada, que tão bem fizeram a dezenas de comunidades.

Faço este registro, porque é legado de muitas intervenções importantes nas infraestruturas do Estado, da Cidade do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana.

De volta ao município do Rio de Janeiro

Encerro, lembrando que, de 2001 a 2002, fui secretário de transportes do município da capital, então no governo Cesar Maia, com intervenções importantes na cidade, sob o ponto de vista de trânsito, com sinalização horizontal apontando presença de radar, para combater a indústria da multa, com a regulamentação do transporte alternativo e operando no eixo Paulo de Frontin-Linha Vermelha, em função do sinistro de incêndio  sob estrutura de concreto, no Caju, sentido centro na Linha Vermelha, que congestionou todo o trânsito na Cidade. Foram meses operando esse sistema, em 2001, até que o Estado fizesse a reconstrução da estrutura.

Finalmente, fui eleito deputado estadual e, em 1º de fevereiro de 2013, assumi o meu primeiro mandato, onde permaneço até hoje, outubro de 2020..

Este post tem um comentário

  1. Jayme Benayon

    Votei no senhor depois da morte de Gerson Bergher pela sua história de vida, com integridade e competência. O conheci pessoalmente quando a vereadora Teresa Bergher nos apresentou na casa de Alberto David Klein, atual presidente da FIERJ, em sua campanha para reeleição a deputado estadual. Sou aposentado da Justiça Federal, advogado OAB/RJ 38.037. Sou ativista comunitário em várias entidades kudaicas.
    Trabalho em casa, mas estou a sua disposição com meus 66 anos.

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