Mais governo, menos disputa política

Mais governo, menos disputa política

por Luiz aulo

Em discurso emocionado, no dia 29 de abril, em reunião virtual do plenário da Alerj, deputado Luiz Paulo assim discursou:

“Atualizei, agora mesmo, números fornecidos pelo Ministério da Saúde, sobre óbitos e, também, a questão do número de casos, tanto no Brasil quanto no estado do Rio de Janeiro.

No Brasil, estamos com 5.466 óbitos e 78.162 casos. Cumpre dizer que há  imensa subnotificação e esses 78.162 casos deveriam ser multiplicados por 15. Então, já temos mais de 1 milhão e 100 mil pessoas contaminadas no Brasil.

Número de vítimas cresce assustadoramente no Rio

O Rio de Janeiro mantém um ritmo alucinante de crescimento de vítimas. Sempre tendo, na média, 15% dos casos nacionais. O Rio de Janeiro está, no dia de hoje, com 794 óbitos e mais de 8.800 casos, que também se multiplicam por 15, devido à subnotificação. Chegaríamos, portanto, a 130 mil pessoas contaminadas.

São números expressivos. Já ultrapassamos, e bastante, a China, com população imensa, e onde nasceram os primeiros casos de coronavírus.

As vítimas estão próximas a cada um de nós

Essa tragédia por nós vivida tem não só números, mas nomes e sobrenomes, porque estão muito próximos de nós. Ontem mesmo, levantamos aqui que quatro deputados testaram positivo, e, seguramente, pelo que conversei hoje, já há mais de uma dezena de assessores também positivados por coronavírus. Apesar de tudo isso, essa questão não está a merecer dos governantes o tratamento devido – seja do presidente da república, que estimula a crise, transforma o país, um dia sim e outro também, num antro de crises, e não dá o tratamento devido às pessoas que adoecem e morrem com o Covid-19. Seja, também pelo governo do estado que é anárquico e gasta, mesmo para dar algum sentido ao combate ao Covid 19, de forma muito ruim, sem transparência e com custos acima do que deviriam ser.

Nomeações indevidas

Quando o governo do estado nomeou Gabriel Carvalho dos Santos subsecretário da Secretaria Estadual de Saúde, sabíamos que isso jamais poderia ter acontecido, porque não era figura proba, tinha dado golpe como advogado em uma senhora idosa, que ganhou pensão e sua parte ficou presa com esse advogado. Mas fizeram a nomeação, e fez todas as estripulias possíveis. Depois, retiraram, mas, antes disso, cometeram outra série de erros.

Os extremos erram

Não vejo sentido dos dois extremos, bolsonaristas e admiradores do Wilson Witzel, dizerem que um é mais incompetente que o outro, porque ambos têm razão. Aliás, são unos na forma de pensar: são desastre político e desastre como gestores, ainda mais neste momento em que a cidade do Rio de Janeiro tem prefeito que também vai muito mal. Que combinação de forças catastrófica! Todo mundo sabia da necessidade de equipar os hospitais, da necessidade de achatar a curva, mas, quando chegar o pico de contágio, possivelmente em meados de maio, não haverá mais vagas; já há mais de 300 pessoas na fila da morte. Não há como  esses grupos se dilacerarem. São todos responsáveis, porque incompetentes. Abastecem a crise a cada dia. Esta é a dura e triste realidade.

Juntos, podemos proteger a população

Para concluir, quero reafirmar que este seria momento de estarmos todos juntos para minorar o sofrimento do povo e diminuir o número de mortes continuadas, que não para de subir. Peço, portanto, uma reflexão, porque esse debate extremista não leva a nada. A história irá mostrar que são todos responsáveis, sem exceção, e são geradores de uma crise por dia. Só que já temos crises demais. O estado está falido, ou à margem da falência; a União, em sua soberba e empáfia, detentora de quase 60% de todos os tributos arrecadados no país, empurra tudo com a barriga e acena com cenários de recuperação que não virão, porque não é capaz de ter o ministro da economia, neoliberal convicto, que entenda este momento por que passamos e se adeque a ter políticas keynesianas, necessárias neste momento de nossa história.

Fico profundamente triste ao assistir a posições extremadas, que nada ajudam nosso povo. Gostaria de ver, e que fosse público, o presidente Bolsonaro telefonar para o governador do estado do Rio de Janeiro e dizer: “Não suporto V.Exa. e V.Exa. também não me suporta, mas há um bem maior, que é a saúde da população fluminense. Neste sentido, vamos alinhar nossos esforços.”Mas isso não acontece. A política partidária-eleitoral está acima do bem comum. Nós estamos aqui, e, neste sentido, a Assembleia Legislativa dá exemplo, em defesa do bem comum, mesmo com toda a diversidade de concepções ideológicas. Temos que convencer os governantes para atender à demanda do povo, e deixar de criar crises artificiais a cada dia.”

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