Luiz Paulo critica reajuste e pessimas condições no transporte

Luiz Paulo critica reajuste e pessimas condições no transporte

Luiz Paulo critica reajuste e pessimas condições no transporte 1

Em seu expediente inicial, o deputado Luiz Paulo voltou a criticar o governo por reajustar o serviço de integração trem/metro que passa a ser R$4.95, mais um problema com as barcas da empresa Barcas S/A e os transtornos que as obras da linha 4 do metrô estão causando para os moradores de Ipanema. Veja abaixo a íntegra do discurso.

 

“Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem fazia eu uma análise crítica do sistema de transportes da Região Metropolitana e dizia que o Prefeito Eduardo Paes confunde parceria com omissão. As falhas do sistema de transporte sob a gestão do Estado são continuadas e o Prefeito silencia para não demandar com o Governador; ele se omite, não assume o seu papel.

Hoje, dois fatos voltaram a ocorrer. V. Exa. deve ter ouvido no rádio que uma barca que saiu de Paquetá pifou, novamente parou. A empresa teve que enviar para lá um catamarã que fizesse o transporte dos passageiros que não puderam sair de Paquetá para a Praça XV. Hoje é quinta-feira. Na segunda-feira passada já tinha ocorrido um problema com outro catamarã. Assim funciona o sistema de barcas, mesmo com o subsídio de R$ 1,40 por passageiro, mesmo com o benefício de não recolher ICMS, mesmo com a promessa de o Governo do Estado gastar 300 milhões na compra de sete novas embarcações. O Sr. Amaury, concessionário de Barcas S.A., não se corrige, o sistema continua de péssima qualidade.

Se V. Exa. já teve acesso aos jornais de hoje, verificou que a tarifa de integração metrô/trem acabou. Pagava-se R$ 4,20 pela integração trem/metrô. A partir de hoje, essa tarifa de integração deixa de existir e a população vai pagar R$ 4,95 pelos dois bilhetes. Isto é, hoje, pela omissão do Governo do Estado, da Agência Reguladora e do Prefeito da Cidade, as tarifas de integração subiram 17,86%, de R$ 4, 20 para R$ 4,95.

(…) A partir de segunda-feira, mas foi decretado hoje que essa tarifa não vai mais existir. Qual foi a alegação? De que o sistema de integração, feito por bilhetagem em papel, não apresenta segurança. Mas só hoje foi descoberto isso, se esse sistema está funcionando há tanto tempo? Chegava-se a vender cerca de sete mil bilhetes de integração trem/metrô por dia. Hoje eles descobriram que o bilhete é vulnerável, e esta é a justificativa para o povo pagar mais 17,86% a partir de segunda-feira, como me corrigiu a Deputada Lucinha.

Isto é um absurdo! Não vi nenhuma manifestação da Agência Reguladora, não vi nenhuma manifestação do Secretário de Estado de Transportes – esse não se manifesta sobre nada – e, evidentemente, também que não vi nenhuma manifestação do Governador.

Aliás, o Governador deveria falar pelo Secretário de Estado de Transportes. Já disse aqui que o único sistema de transportes que ele conhece é o escolar, visto que foi dono de escola. No restante, é o Secretário mais frágil do Governo, e isso não é dito por mim, não, é dito por qualquer um do povo.

Temos que trazer aqui esta questão. Muitas vezes, nós vimos aqui e falamos mal do Governador. Mas, muitas vezes também, ele sequer sabia que uma questão como essa iria acontecer. Às vezes, esse assunto é tratado em outros bastidores. Ora, logo depois do tarifaço das barcas de R$ 4,50, uma semana depois, vem o tarifaço da integração trem/metrô, com 17,86% de aumento de tarifa. E a culpa é do sistema de bilhetagem, que é frágil? Isso chega a ser ridículo!

A barca de Paquetá que pifou foi a de nome Itaipu, e para lá se mandou o catamarã. Ora, Sr. Presidente, ou se troca o Secretário de Estado de Transportes e se redefine a política de transportes ou o Governo vai naufragar nessa política de transportes, porque todo dia há um problema de gravidade, não é um problema qualquer. Não há rumo na política de transporte do Estado, ninguém sabe o que está acontecendo.

Agora mesmo, estão explodindo uma rocha para ampliar a Estação General Osório, abalando e estremecendo prédios com as detonações. Buscamos saber por que estão fazendo isso e a resposta foi que é para ampliar a estação, ou fazer uma estação nova, para a continuidade do Linhão, que eles chamam de Linha 4, em direção a Ipanema e ao Leblon. E eu me pergunto como, se eles não têm licença, se o EIA-Rima ainda não foi aprovado.

Recentemente acabou a fase de audiência pública, como é que já podem ter começado a obra? Quer dizer que audiência pública é um faz de conta, que audiência pública é para inglês ver, se nas barbas de todos, em plena Ipanema estão detonando e as pessoas estão se sentindo inseguras. E ao se perguntar que obra é essa, ouve-se que é a obra da Linha 4. Mas não é uma obra que esteja licenciada! Aí vão usar sub-repticiamente: “Não, mas temos a licença da General Osório”. Mas a Estação General Osório já está pronta, inclusive sendo utilizada pelo povo e que será cerrada, será fechada caso faça a continuidade da obra do metrô por no mínimo nove meses. Não é só a Estação General Osório, é também a Estação Cantagalo.

Na verdade nós temos uma política de transporte no Estado que é a do resultado dos anseios daqueles que têm interesse nas devidas áreas. Não há articulação, não há coerência, não há unidade, não há proposta lógica. É o tipo da política de transporte vamos que vamos. E estamos indo para o buraco, estamos indo para o desespero da população. Então, há que se chamar a atenção para essa questão porque o drama é diário. E não há resposta convincente de ninguém do governo.

Como é que explica que uma tarifa de integração trem/metrô que custa R$ 4,20 termine porque o sistema de bilhete de papel é frágil, pode ser mal utilizado, depois de anos funcionando assim? Na verdade estão acabando com essa tarifa para passar para R$ 4,95 e promover um aumento absurdo de 17,86% na tarifa trem/metrô, quando ambas as tarifas já foram reajustadas. Vai um reajuste em cada tarifa mais um reajuste abusivo em cima da tarifa de integração trem/metrô. Muito obrigado, Sr. Presidente.”