A CPI da CEDAE é necessária para tirarmos a limpo o que realmente aconteceu em fase anterior a esta gestão e o que não foi feito durante a gestão Witzel e Hélio Cabral. No entanto, estamos aqui esgrimando entre parlamentares: aqueles que assinam a CPI da crise da qualidade da água da Cedae e aqueles que não assinam.
A fuga do ex-presidente da CEDAE
A audiência pública de hoje teve a presença de diversos deputados e do presidente demitido da CEDAE, Sr. Hélio Cabral, que ouviu, de todos os presentes à sessão, duras críticas e uma série de arguições, perguntas que anotou, e depois fez exposição de audiovisual, com umas dez transparências, onde praticamente ficou constatada a responsabilidade do mesmo por essa crise que estamos vivendo. E o que fez ele? Saiu correndo, fugiu. Transformou-se num irresponsável e desrespeitoso com o parlamento e com o plenário lotado.
9 milhões de pessoas ameaçadas não são determinantes para abrir CPI?
Será que, com a exoneração que o governador fez pela incapacidade gerencial do Sr. Hélio Cabral, esta Casa não está convencida da necessidade de abrir uma CPI? É impossível. Eu jamais vi, ao longo dos 17 anos que estou neste plenário, fato tão determinante para abrir CPI como 9 milhões de pessoas recebendo água de péssima qualidade, e, simultaneamente, gastando rios de dinheiro para comprar água mineral e ainda se sujeitando a doenças de veiculação hídrica.
CPI é o sim à transparência
Como a ALERJ irá abster-se de investigar as dispensas de licitação para comprar carvão ativado, para comprar argila ativada ionicamente, para todos os interesses espúrios que reinam na Cedae? Abster-se de investigar o descaso, a inércia, a desídia do governo que, tendo recurso, quer seja do lucro líquido da Cedae, quer seja do Fecam, não investiu no ano de 2019 os recursos necessários para não acontecer essa tragédia? Levanto aqui mais alguns exemplos: a recolocação dos raspadores de lama que turvam hoje, pela sua ausência, a água fornecida ao consumidor; a construção do canal interceptor para desviar os esgotos oriundos de alguns rios da Baixada Fluminense, para que não cheguem à lagoa de estabilização e depois à captação.
Parlamento deve ficar ao lado da população
Poderá, em sã consciência, o parlamento negar-se a isso? Considero impossível. Mas, se o fizer, sem dúvida entrará, mais uma vez, em descrédito profundo.
Devido a esta análise, apelo aos parlamentares que assinem a CPI e digam à população fluminense que este parlamento está do lado daqueles que são vilipendiados, daqueles que são agredidos por uma gestão da Cedae quase, e exagerando um pouco, talvez assim se comprove depois, criminosa.
