Luiz Paulo comenta governo de privatizações do PT

Luiz Paulo comenta governo de privatizações do PT

O deputado Luiz Paulo salientou em Plenário, hoje, que quando era oposição, o Partido dos Trabalhadores reclamou da gestão de Fernando Henrique Cardoso, afirmando que ele desejava privatizar o país. O governo Lula, quando eleito, nada fez e agora o governo Dilma lança um pacote de privatizações.

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“Não poderia deixar de fazer algumas reflexões sobre a principal matéria dos jornais de hoje, que diz respeito ao posicionamento da Presidenta Dilma em privatizar algumas rodovias e ferrovias. Privatizações, cujo nome técnico é concessões, mas que o Partido dos Trabalhadores, (…) quis batizar com o nome de privatizações. Com este nome, privatizações, o PT carimbou a gestão de Fernando Henrique Cardoso como a gestão das privatizações. O tempo passou. Lula não fez nenhuma intervenção nas concessões feitas por Fernando Henrique Cardoso, nem tampouco estatizou nenhuma privatização, mas acenou para o grande público que, se ele perdesse a primeira eleição, as privatizações dos tucanos iriam reinar neste País. Mas ele mesmo continuou a privatizar. Vide a BR-101, que V.Exa. conhece muito bem. Se V.Exa. desejar (…) sair aqui do Rio de Janeiro e ir à sede do Município de Campos, pagará uma meia dúzia de taxas de pedágio. A BR-101 foi privatizada praticamente com obras de retoque, com nenhum trecho duplicado – obras de retoque, maquiagem, em linguagem popular. A BR que sai de Volta Redonda e vai em direção a Além Paraíba também foi privatizada pelo Governo Lula, e continuaram eles dizendo que era o PSDB o partido das privatizações. Agora, a Presidenta Dilma anuncia um vasto programa de privatizações de rodovias e ferrovias.

Não estou fazendo análise de mérito, só constatando. Aqueles mesmos membros do Partido dos Trabalhadores vêm a público para dizer que não, que aquilo não é privatização. O que a Dilma vai fazer – e o que o Lula já fez – são concessões de serviços públicos à iniciativa privada. Quando é feita pelos outros, é privatização; quando é feita por eles, é concessão. Aí vêm com a desculpa rota de dizer que serão muito severos com os concessionários, que as tarifas de pedágio serão profundamente competitivas e toda uma conversa f ia da, porque um negócio só é bom como negócio se é para todas as partes. E o Governo Federal, o Governo da Presidenta Dilma e do Ex-Presidente Lula, não tem nenhuma autoridade de dizer que controla qualquer custo rodoviário; vide o recente escândalo com a Delta, que é a principal construtora do PAC – obra realizada com verbas federais.

Por falar em obras do PAC, temos em nosso Estado a antiga RJ-109, hoje intitulada Arco Rodoviário, prometida com recursos do PAC pelo Governador para entrega há dois ou três anos, obras que vão talvez para o quinto e sexto ano sem qualquer previsão de conclusão. Será que isso não introduz um custo extraordinário a essas obras? É claro que sim.

Estamos vivendo um momento de governos profundamente insuficientes em relação às demandas de infraestruturas que precisa o nosso país: aeroviária, portuária, ferroviária e rodoviária.

O Estado gerido principalmente pelo PT é inoperante para enfrentar todas essas demandas, e aí a Presidenta da República acena, quiçá, ainda a tempo, com um programa de privatização de ferrovias e rodovias, mas envergonhada, principalmente os quadros petistas.”

Luiz Paulo ainda compara o PT no governo, como uma “periguete” que usa saia curta, mas a puxa, ou seja, não assume sua posição.

“Hoje há um artigo no jornal O Globo muito interessante – esqueci o nome do autor. Fala do anúncio do programa de privatizações e, certamente fazendo blague com alguma novela, fala de uma “periguete”. A “periguete” é uma moça de costumes liberais, que sai com uma saia muito curta e toda hora fica puxando a saia para baixo, não se assume. É assim o PT no Governo: lança um programa de privatizações, a saia fica curta, mas tem que puxar para baixo, para aparentar que é, mas não é. Por isso, quis fazer esse pronunciamento, para mostrar a contradição. Ao partido, quando está na oposição, tudo que vem à tona não presta; quando ele vai para o Governo, aplica o mesmo receituário. Só que nesse receituário, na gestão das verbas públicas, ele transforma tudo num grande mensalão, que hoje começa a receber os votos dos Ministros, iniciando-se com um voto que vai durar três dias, o do Joaquim Barbosa.

O que deve ter imaginado a Presidente Dilma, braço direito do Lula, ex-secretária-chefe da Casa Civil, sucessora de Zé Dirceu, que conhece a fundo o partido a que ela pertence? O que ela deve ficar imaginando? “Se eu for pegar o dinheiro e fazer obra pública com o meu dinheiro, só com o dinheiro da União, esses aloprados petistas vão se reacender para dar uma bicada em parte desses recursos, como aconteceu no mensalão. Então, vou optar por parcerias com a iniciativa privada, para ver se isso fica um pouco mais espalhado e controlado.” E a í resolve lançar esse programa.

Seguramente, não sei se no dia de hoje ou de amanhã, alguns próceres, cabeças coroadas petistas, estarão na mídia a se justificar, a querer fazer correção de rumo em seus discursos retrógrados, a não reconhecer méritos, nos governos que eles não fazem parte. Só há críticas em relação aos governos que eles não fazem parte. E quando vão para o governo, metem os pés pelas mãos.

Estou falando que eles metem os pés pelas mãos. Não estou falando que eles metem as mãos, porque isso o mensalão está julgando”.