Crise hídrica desafia o estado a encontrar novas soluções para o abastecimento

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Para que o Rio de Janeiro não enfrente mais problemas com a falta de água, o relatório final da CPI da Crise Hídrica da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) apontou uma série de medidas a serem tomadas para garantir o abastecimento. “Apesar de o nível dos reservatórios ter aumentado, a situação ainda é de crise”, afirmou o deputado Luiz Paulo (PSDB) durante a apresentação dos resultados para os membros da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável, do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, realizado nessa terça (26/04), no auditório do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RJ). De acordo com Luiz Paulo, que presidiu a CPI, dentre os principais tópicos estão as políticas de reflorestamento e proteção das nascentes do Rio Paraíba do Sul, o tratamento de esgoto e o combate ao desperdício de água.

“Se não reflorestarmos nossas bacias hidrográficas, que compõem os mananciais, para elevar o nível do lençol freático, evitando que resíduos sejam levados para as calhas dos rios, não vamos vencer a crise”, afirmou o deputado. A conscientização também foi colocada como questão central para acabar com a escassez de água. “Quem mais consome água é a agricultura, seguida pela indústria. Os cidadãos são o terceiro maior consumidor e a água é vital para todos. Não temos a cultura da economia, nem no campo, nem na indústria e nem em casa. A solução é poupar água durante todo o ano. Precisamos de otimização útil da água na agricultura e o reuso nas residências e indústrias de todas as formas”, completou.

Outro ponto destacado por Luiz Paulo foram as perdas físicas de água tratada, superiores a 40% e o desperdício de água que se verifica durante as diversas fases do processo de fornecimento de água tratada (captação, tratamento, adução, reservação e distribuição), sobretudo ao longo desta última fase. “Isso significa que praticamente a metade da água produzida pela concessionária é perdida, segundo dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS). As perdas financeiras são repassadas nas tarifas e quem acaba pagando a conta é o cidadão”, disse.

O relatório, aprovado em outubro de 2015, é fruto de seis meses de trabalho da comissão, que teve como objetivo apurar as responsabilidades dos entes públicos e privados perante a escassez de água enfrentada pelo estado. “Fiquei positivamente impressionado a apresentação do deputado e com os vários pontos de convergência entre o relatório e o estudo da Firjan sobre os impactos da escassez da água, lançado esse ano e que mostra como a indústria tem reagido à crise hídrica. Destaco como principal a necessidade de investimento em saneamento, deteriorando a qualidade dos rios e afetando a saúde pública”, afirmou o gerente Jorge Peron, da gerência de Meio Ambiente da Firjan, que apresentará os resultados dessa pesquisa na próxima reunião da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável, marcada para o dia 12 maio.

 

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