Bolsonaro é o estado de mal estar social, por Luiz Paulo

Bolsonaro é o estado de mal estar social, por Luiz Paulo

Quero saudar aqui, no expediente final deste dia 7 de outubro de 2021, a nossa intérprete de libras que faz com que nos comuniquemos com os surdos que nos veem.

Houve tempo em que se discutiu, não somente no Brasil, mas em todos os cantos do mundo, o estado do bem-estar social. Hoje, toma conta do nosso país o estado do mal-estar social. Ainda há pouco, no twitter, a jornalista Vera Magalhães tuitava o seguinte: “Bolsonaro é o estado do mal-estar”. Continua ela: “social, econômico, sanitário, democrático, cívico, político, civilizatório, cultural, educacional, familiar, mal-estar que não passa”.

Mas Bolsonaro não está sozinho; tem a companhia de Paulo Guedes

Aproveito o ensejo para dizer que, secundando Bolsonaro, que simboliza o estado do mal-estar social, econômico, sanitário, democrático, cívico, político, civilizatório, cultural, educacional, familiar, vem o Sr. Paulo Guedes, porque, seguramente, é grande representante do mal-estar social e econômico. 

Paulo Guedes e o paraíso fiscal

Paulo Guedes, hoje, também entra no rol daqueles responsáveis por processo de grande suspeição sobre a sua figura, em função dos seus investimentos em dólar em paraíso fiscal. E por que isso ocorre? Compete ao ministro da economia ajudar o país a se desenvolver, a combater a inflação e, para fazê-lo, é necessário que o dólar esteja em patamares suportáveis para a nossa economia, e não a R$ 5,40, como está hoje. Mas as economias próprias dele, ministro Paulo Guedes, da economia, tem sua poupança em dólar em paraíso fiscal. Por consequência, quanto mais o dólar subir, mais ganha. Conclui-se que é política do ganha-ganha. Se o dólar descer, fica triste, porque perde, mas terá algum sucesso social. Se o dólar subir, pode entristecer-se por três minutos, mas ganha muito nas suas contas no exterior.

Fica claro que alguém que aposta no dólar como grande investimento em paraíso fiscal, mesmo declarado, não pode ser ministro, muito menos de economia. Então, este é o Brasil do mal-estar social-econômico.

O avanço do fascismo

Avaliado esse fato, vi aqui a notícia que me entristeceu, de que, na Itália, em eleições não gerais, mas em alguns distritos, alguns municípios italianos, o fascismo foi vencedor. Ontem, reportagem na televisão dando conta de que um cidadão que foi preso por pedofilia tem coleção imensa de símbolos fascistas, de Hitler, especificamente, guardados em sua casa, incluindo uniformes e armas, mostrando que também aqui existe um fascismo radical.

À esquerda ou à direita, são 2 os tipos de fascismo

Hoje, quando se extrema posições, quer seja do ponto de vista de direita radical, quer seja da esquerda xiita, há dois tipos de fascismo. Por quê? Porque não se aceita o discurso democrático, não se aceita o contraditório, não se aceita a possibilidade de a razão não estar nem com um lado nem com o outro, até porque a verdade do ser humano, aquilo que chamamos de verdade, tem muitas facetas, depende de como alguém as interpreta, depende de que lado e com que enfoque se vê o problema.

Não usem a palavra do Senhor em vão 

A verdade com V maiúsculo, absoluta, essa os seres humanos não têm. Até a mistificação do nome do Senhor se usa com grande intensidade, porque vem essa direita radical fascista afirmar: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” A verdade é o fascismo? Evidentemente que não. A história já provou o contrário.

Hoje falava aqui, com um parlamentar evangélico, sobre os 33 anos que Jesus Cristo viveu na face da Terra. Apesar de não ser conhecedor profundo do Evangelho, só vi uma única passagem, em que Jesus Cristo teve atitude que posso considerar violenta. Quando expulsou, à chibata, os vendilhões do templo. Por quê? Porque estavam vendendo o nome do Pai, estavam vendendo o nome de Deus, transformando o templo em mercado.

Para concluir, eu também quero afirmar: não conheço a verdade, a procuro; não sou dono dela; erro diariamente na busca dessa verdade. Mas quero reafirmar: prefiro ser renegado pelos fascistas de direita, mas também ser renegado pelos fascistas da extrema esquerda. Porque tenho certeza de que, se esses dois polos são contra mim, eu me aproximo da verdade.

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