Luiz Paulo vê com preocupação distribuição de recursos empregados  no Estado e omissão na derrubada da Perimetral

Luiz Paulo vê com preocupação distribuição de recursos empregados no Estado e omissão na derrubada da Perimetral

O deputado Luiz Paulo abordou na tarde desta quinta-feira a apresentação feita do Programa Orçamentário para 2014 na Comissão de Orçamento. Se mostrou muito preocupado com o percentual baixo de aplicação de recursos na área da saúde, bem como a do magistério que também se mostrou baixa.

Luiz Paulo vê com preocupação distribuição de recursos empregados  no Estado e omissão na derrubada da Perimetral 1

“A área da Saúde foi a que teve o menor volume de recursos investidos pelo Estado. O volume de recursos aplicados nos últimos dez anos teve na Saúde o que menos cresceu.

Na Educação, sabe bem o Deputado Comte Bittencourt a dificuldade que vive o Magistério. Por isso, a crise sem precedentes, que vive o Brasil e, em particular, o Estado do Rio de Janeiro. Nas áreas da Saúde e da Educação.

Dizem os governantes, o Governador do Estado, Sérgio Cabral e o Prefeito da Cidade Eduardo Paes: “não há volume de recursos necessários para resolver essa questão, nem no curto e nem no médio prazo”. Entretanto, há recursos superiores a um bilhão de reais para demolir a Avenida Perimetral, para fazer um binário em via de superfície e para construir uma via subterrânea. Tudo em nome da estética e dos interesses imobiliários que, seguramente, é relevante para a iniciativa privada, mas não para a população do Estado do Rio de Janeiro.”

Ele ainda salientou a questão da mobilidade urbana e a não intervenção do estado na derrubada da Perimetral.

“Os Parlamentos, com honrosas exceções, se quedam inertes em relação ao tema da derrubada da Perimetral; os prefeitos da Região Metropolitana, inclusive o do Município de Niterói, que será o primeiro a sofrer, ficam num silêncio de doer o ouvido; o Governador do Estado considera que a derrubada da Perimetral vai ser em Uganda e não no Rio de Janeiro; o Secretário de Transportes – nem podemos cobrar dele – que é omisso em relação às barcas, ao trem, ao Metrô e ao Bondinho de Santa Tereza também o será em relação à derrubada da Perimetral. Aliás, ele é omisso a tudo o que fala alto ao interesse privado.

Por outro lado, a mídia também silencia em relação à derrubada da Avenida Perimetral, porque considera o Elevado da Perimetral uma intrusão visual que está aí a contar a história da Cidade desde o Governo Juscelino Kubistchek de Oliveira. Para os que não sabem, a Perimetral, aqui na Praça XV, é uma BR, como também o é na Rodrigues Alves, que foi construída por Juscelino. Essa intrusão está ali desde a época de Juscelino.

“Com a retirada da Perimetral, a vista vai ficar mais agradável, principalmente na área portuária.” Na hora em que derrubarem a Perimetral, o cidadão em solo não vai ver o mar, porque na frente dele estarão os paredões dos armazéns. Então, é uma balela essa questão estética. Tira-se a Perimetral e estão na frente os armazéns. Felizmente, eles não podem tirar os armazéns porque pertencem à área portuária, pertencem a Docas, porque, se depender deles, para prestigiarem o que nós chamamos de especulação imobiliária, eles tiram tudo da frente. Mas eu dizia que a mídia trata isso como algo pequeno, não dá a dimensão devida.

Deputado João Peixoto, V.Exa. é do Noroeste fluminense. Também para chegar à Assembleia usa a ponte Rio-Niterói. Quando terça-feira V. Exa. se dirigir ao plenário, com a Perimetral já fechada no sábado, dia 19, se tiver a programação de estar aqui às 9 horas e estiver prevendo sair de Niterói às 7h30, saia às 5h30. Senão, V.Exa. não vai chegar. Se optar pelas barcas, vai pegar uma barca igual à sardinha em lata, porque o povo todo vai fugir da ponte e ir de barca, e as barcas não têm frota suficiente para enfrentarem o reforço de demanda.

Fizeram uma inversão de mão em uma faixa da Presidente Vargas, na parte da manhã, mudando o sentido Praça da Bandeira-Candelária. Apesar da quantidade imensa de operadores, os atropelamentos estão acontecendo, porque a cultura do nosso povo, ao atravessar a Presidente Vargas, é olhar sempre para a direita, de onde vem o fluxo do trânsito. Quando se muda e coloca outra mão, pega-se o pedestre desprevenido. Então, nada está planejado para nada.

E os ônibus que vêm da Baixa Fluminense e vão para o Terminal Américo Fontenelle? Ouvi dizer que, com as mudanças, eles também vão bloquear a Rodrigues Alves. Como aqueles 500 ônibus por hora vão sair do Terminal Américo Fontenelle – hoje, entram pelo túnel da João Ricardo para pegar a Rodrigues Alves –, se a Rodrigues Alves estiver bloqueada? Estou aqui avisando com antecedência.

Eles fizeram um viaduto no binário – quem vem do Gasômetro para a via binária -, evidentemente de mão única, com rampa descendente e, de repente, uma curva de 90 graus. Podem anotar o volume de acidentes que vai acontecer. Essa curva é logo depois que passar a Rodoviária Novo Rio.

Então, as possibilidades de insucesso são enormes.

Eu não quero ser ave de mau agouro. Prefiro, inclusive, que eu esteja errado, mas ainda há pouco alguém, ali no fundo do plenário, me disse assim: “Na segunda-feira, quem mora na Barra está liquidado”, porque vai ter lá o leilão do pré-sal do campo de Libra, aquele campo que a Presidente Dilma disse que não ia privatizar. Vai ser agora o leilão, e tem muitas manifestações lá, dos petroleiros, dizendo não à privatização. Então, vai fechar a Barra. E eu dizia para esse cidadão: – Não tem problema, não; não vai chegar na Barra, nem vai chegar no Centro, porque também já vamos estar com a Perimetral fora do ar. Tomara que isso sirva para corrigir rumo.

Eu diria o seguinte: espero que a derrubada da Perimetral não seja o sarcófago do Prefeito Eduardo Paes.”