Luiz Paulo defende o fim do consumismo exagerado

Luiz Paulo defende o fim do consumismo exagerado

Às vésperas do ponto facultativo por causa do evento “Rio+20”, o deputado Luiz Paulo lamentou que tenha sido decretado feriado, pois seria muito mais oportuno e importante que o parlamento funcionasse para justamente o debate ambiental, fosse posto à pauta.

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” Decisão de mérito duvidoso porque em outras capitais do mundo, como, por exemplo, Washington, acontece a reunião anual da ONU e não é decretado feriado e para lá vão todos os chefes de estado. Outros países, outras cidades do mundo que têm sede de organismos mundiais recebem esses chefes de estado, aumentam um pouco a segurança mas a cidade funciona normalmente. Aqui tem que ficar tudo paralisado.

(…) Lamento porque devia ser exatamente o oposto: em homenagem à Rio+20 o Parlamento deveria funcionar na quarta, quinta e sexta-feira para que os debates ambientais fossem intensos.

(…) Estou me reportando a essa questão porque a Rio+20, sob o ponto de vista da visibilidade da cidade, do estado e do país, é positiva. Isso aqui passou a ser o foco do mundo pela relevância do tema que estamos discutindo: a sustentabilidade, diante da possibilidade dos nossos bens naturais finitos entrarem em processo rápido de extinção, o que não garantiria o futuro daqueles que virão após nós. Então, sob esse enfoque, o da visibilidade, é importante, eu reconheço.”

Luiz Paulo defendeu que sem o fim do consumismo exacerbado, a sustentabilidade e a economia verde, vistas como fatores preponderantes na sociedade atual caem por terra se não for mudado o jeito de pensar das pessoas em relação ao consumo.

“O que é sustentabilidade, (…) A sustentabilidade vem da intercessão de três fatores: o econômico, o social e o ambiental. Não haverá sustentabilidade com miséria, nem extrema nem miséria. Não há sustentabilidade com miséria, com fome! Inexiste, porque o vetor social está rasgado. Não há sustentabilidade se a população não tem acesso aos bens naturais básicos, como por exemplo, (…) a água. Esta é a visão mercantilista, que você taxa os preços dos insumos básicos para diminuir o consumo – só vão consumir os ricos, os pobres, não. Então, não existe sustentabilidade com fome, com miséria porque o aspecto social está quebrado.

De outro lado, na questão ambiental, se concebeu uma teoria, (…), de economia verde, furada na base. Por quê? Não se resolve um problema de capitalismo com outro choque de capitalismo. Isto é, você não troca economia marrom pela verde, achando que a verde vai colocar mais insumo no mercado. A questão central é o consumismo escancarado que o mundo, hoje, pratica.

Economista deu entrevista nos jornais e mostrou que se o mundo tiver o padrão de consumo dos Estados Unidos da América necessitaríamos de cinco planetas Terra, o que já mostra que o foco central é esse consumismo exagerado, que essa bola de neve do capitalismo está produzindo e nós, consumidores, estamos embarcando, há décadas, nessa canoa furada do consumismo. A Economia Verde tem que ser vista no enfoque de economia de energia; se usarmos as formas de energia mais sustentáveis.

A Economia Verde se baseia na reciclagem, (…), e não nos oceanos, na biodiversidade, como desejam os grandes laboratórios mundiais.

Matéria jornalística que vi ontem, (…), mostrava que no Amazonas (…) um grupo de pessoas que viviam da derrubada de árvores descobriram que ganhariam muito mais dinheiro colhendo do solo os frutos das castanheiras centenárias. Estão sobrevivendo com muito melhor qualidade usando o fruto das árvores que hoje não derrubam mais, pois passaram a ser seu próprio sustento. Isto é um enfoque de Economia Verde e não um enfoque de capitalismo com mais capitalismo; consumo com mais consumo.”