CPI busca metas para reduzir perdas físicas de concessionárias de água

CPI busca metas para reduzir perdas físicas de concessionárias de água

CPI busca metas para reduzir perdas físicas de concessionárias de água 1

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a crise hídrica no estado e a transposição do Rio Paraíba do Sul vai propor às concessionárias de água e esgoto metas para reduzir as perdas físicas. O presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), anunciou a medida durante reunião da comissão, nesta quinta-feira (30/04). Segundo o parlamentar, o percentual de perda física de água, que gira em torno de 30% e refere-se a problemas como vazamentos e ligações clandestinas, ainda é “bastante alto”. “Uma das propostas é que a gente possa criar metas de redução dessas perdas em todas as concessionárias do estado e em curto prazo de tempo. No meu entendimento, essas perdas físicas precisam ser reduzidas à metade para termos indicadores compatíveis”, explicou o parlamentar.

O presidente da Prolagos, Carlos Henrique Roma Junior, disse que o principal problema enfrentado pela empresa é o alto índice de perda, que chega a 32%, causado principalmente por ligações clandestinas e vazamentos nas tubulações. Segundo ele, investimentos estão sendo feitos para diminuir o prejuízo. “A Prolagos vem investindo e procurando tecnologias fora do Brasil para minorar essas perdas, porque, quando conseguimos baixá-las, temos a oportunidade de estar captando menos água na represa”, declarou. De acordo com ele, o contrato de concessão admite perdas de até 30%. “Estamos atendendo o que está no contrato, mas isso não quer dizer que estamos satisfeitos. Procuramos formas de diminuir as perdas”, afirmou.

Carlos Henrique disse ainda que a concessionária prevê investimentos de R$ 180 milhões nos próximos 30 anos e que esse valor não é suficiente para as metas traçadas. “Entendemos que é necessário aumentar os investimentos e, para isso, estamos procurando outras parcerias, para trazer para a população as melhorias das condições de saneamento, sem aumento no custo”, informou. O deputado Luiz Paulo quer saber qual o valor necessário para que se cumpra a meta da universalização da água e de esgoto tratado para a população de área urbana. “O que queremos saber é o número real que precisa ser investido e qual o impacto disso nas tarifas cobradas; ou, ainda, se é o Estado quem vai alocar esses recursos”, questionou o parlamentar. Atualmente, a cobertura de esgoto tratado é de 77% e a rede de distribuição de água chega a 93% em área urbana no Estado do Rio.

A diretora presidente do Comitê de Bacia Lagos São João, Dalva Mansur, afirmou que não existe crise, mas desafios. “O principal desafio é a educação das pessoas para entenderem o papel das florestas e a importância de coletar o seu lixo e não jogá-lo na beira do rio. Não temos crise hídrica porque temos algumas florestas, mas precisamos ter mais. A possibilidade de crise hídrica é um desafio constante para que a gente mude o nosso comportamento e comece a identificar que economia sustentável é economia dos recursos naturais”, finalizou.

A Prolagos atende cinco cidades da Região dos Lagos: Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia. O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, Ricardo Senra, e os deputados Edson Albertassi (PMDB), Comte Bittencourt (PPS), Luiz Martins (PDT), Flávio Serafini (PSol), Jânio Mendes (PDT), Paulo Ramos (PSol) e Dr. Jualianelli (PSol) também participaram da reunião.

(Texto de Vanessa Schumacker / ALERJ)