Pré-candidato à prefeitura do Rio, Otavio Leite concede entrevista ao R7

Pré-candidato à prefeitura do Rio, Otavio Leite concede entrevista ao R7

Com uma trajetória política que vai desde a eleição como a vereador, ao segundo mandado como deputado federal, Luiz Otavio é sergipano de Aracajú e afilhado de batismo do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Aos 51 anos, o deputado é pré-candidato do PSDB à prefeitura do Rio de Janeiro.

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Autor do projeto de lei que exige que os compromissos de campanha sejam públicos e registrados em cartórios, Otávio Leite concedeu entrevista ao jornalista e blogueiro do R7, Ricardo Kotsho. Durante o encontro, o político afirmou que a máquina política presente no Rio de Janeiro, vinda da aliança entre governo federal, estadual e municipal, não acontece em lugar nenhum no mundo e que tal fato seria um “processo de aliciamento”.

Ele também falou da importância do investimento em tranporte de massa como um meio de diminuir os engafarramentos cada vez mais comuns no Rio. Leite aproveitou a ocasião para declarar que pretende fazer na cidade, 40 anos em quatro, parodiando uma frase célebre de JK.

 

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Ricardo Kotscho – Candidato, quando se fala da cidade do Rio de Janeiro. Qual a primeira ideia que lhe vem na cabeça?

Otavio Leite – Eu penso em primeiro lugar na beleza da cidade, que é única. Essa majestosa composição de montanhas próximas ao mar. Sobretudo quando estou voltando ao Rio de Janeiro, vindo de algum canto, o privilégio de olhar a cidade de cima, a beleza da cidade Mas penso também na aflição da população do Rio de Janeiro hoje. Se eu pudesse realmente mexer nas questões da cidade e das pessoas, eu pensaria em uma cidade que, pelo menos no Rio de Janeiro, as pessoas não tivessem o sofrimento das filas nos hospitais e da aporrinhação diária do trânsito na cidade. Eu vejo a cidade deste jeito. A beleza por um lado e os dramas que a gente enfrenta por outro

 

Kotscho – A menos de seis meses das eleições, a sua candidatura ainda não é reconhecida por boa parte do eleitorado carioca, segundo as pesquisas. Quando e como você pretende se apresentar a esses eleitores?

Leite – Não ser conhecido é até um bom registro, porque abre um espaço muito grande para eu poder chegar às pessoas e apresentar a nossa mensagem. As mídias sociais hoje oferecem uma perspectiva maior de democratização do processo. A campanha tradicional, do cabo eleitoral, da placa e do carro de som, vai competir com um mecanismo novo, que é uma oportunidade que todos terão de se comunicar a custo baixo. Então eu vou perambular pela cidade, eu conheço a cidade.

 

Kotscho – O senhor já foi coordenador de administrações regionais da prefeitura, como foi esta experiência de conhecer a cidade por dentro?

Leite – Eu tive uma experiência fascinante quando o então prefeito Marcelo Alencar, de 1988 a 1992, me chamou para ser coordenador das regiões administrativas, eram 30 na cidade. E a minha incumbência era exatamente lidar com cada um dos administradores e seus problemas. Eu organizava as chamadas prefeituras itinerantes. Naquele período foram 163 prefeituras itinerantes. Ali eu pude mergulhar nos problemas da cidade. Logo em seguida me elegi a vereador, fui três vezes eleito a vereador, depois deputado estadual, fui vice-prefeito, um pedaço, e estou no meu segundo mandato de deputado federal. Mas sempre com muita conexão com as coisas da cidade, com a vida da cidade. Neste período todo, são mais de 130 leis na cidade, que eu pude diretamente contribuir, propondo como projeto que virou lei.

 

Kotscho – Por que e para que, o senhor resolveu se candidatar a prefeito do Rio de Janeiro? Dê um bom motivo para o eleitor votar no seu nome.

Leite – Porque eu amo esta cidade. Porque eu venho de uma trajetória de militância política direta, cotidiana na cidade do Rio de Janeiro. Procuro estudar os problemas da cidade e acho que esta oportunidade de ser prefeito é um espaço maravilhoso para concretizar ideais, para mexer em estruturas e dar uma guinada em alguns cantos da administração que precisam realmente de uma atenção especial.

 

Kotscho – Por exemplo?

Leite – As pessoas com deficiência. Nós temos no país, segundo o último Censo, 23% da população com algum tipo de deficiência. Auditiva, visual, intelectual ou física. Destes, 9% do total, são deficiências graves. E infelizmente na cidade nós não avançamos nada neste setor. Realmente há muito o que fazer em termo de inclusão, de oferecer oportunidades de desenvolvimento para as pessoas na cidade, Não só os deficientes como todos em si. Nós vivemos no Rio uma espécie de trilogia do atual governo que eu identificaria como algo que se situa entre o asfalto, cimento e tijolo. Cimento, tijolo e asfalto. Nós vamos tirar isto de lá. Vamos colocar as pessoas em primeiro lugar, a paisagem humana, o ser humano, os indivíduos. Pensar exatamente neles. Eu vejo que isso talvez se traduzisse em uma razão para as pessoas ponderaram e me darem uma chance para eu ser o prefeito da cidade.

 

Kotscho – Com tantos problemas que temos no Rio de Janeiro caso seja eleito, por onde pretende começar o seu trabalho para melhorar a vida dos cariocas? Começar por onde?

Leite – São múltiplas, mas a primeira medida vai ser dizer que, a chamada obra do Porto Maravilha, onde se prevê derrubar o Elevado da Perimetral, que é importantíssimo, são 100 mil carros que passam por lá, é feio, não interessa, mas é a solução hoje posta. Este elevado não vai ser derrubado. Eu vou garantir isto na campanha, um compromisso nosso. Porque gastar R$ 1.500 bilhão com a derrubada deste elevado é evidentemente uma insensatez. Há muitas outras prioridades na cidade do Rio de Janeiro. Eu começaria por aí. Eu chamaria as instituições de deficientes todas, para estabelecer o nosso cronograma de melhoria da qualidade de atendimento dos deficientes na ponta. Os deficientes pobres e também iríamos organizar todo um choque de gestão na educação na sua fase preliminar. Na creche e na educação infantil. Porque resolvido ali o aluno vai mais adiante podendo potencializar suas vocações e com menos custo para a administração. Porque ele terá, com muito mais capacidade, a condição de assimilar o conhecimento e produzir conhecimento.

 

Kotscho – O senhor falou de compromissos, todos os candidatos fazem promessas. O senhor é autor de um projeto de lei que agora estes compromissos têm que ser públicos e registrados em cartórios. Como é isso?

Leite – Isto é um dado interessante, Ricardo. Nós conseguimos aprovar, na última reforma eleitoral, eu propus e o relator, deputado Flávio Dino, assimilou no texto, uma regra que vale para todo o Brasil e vai ser uma experiência que vai contribuir muito para a democracia brasileira. Todos os candidatos a prefeito serão obrigados a apresentarem, no instante em que registram sua candidatura no dia 5 de julho, respectivamente todos vão apresentar suas plataformas eleitorais, seus programas de governo. Livremente. Alguém pode dizer: “vou defender o povo”. Outro pode dizer: “vou defender o povo, na educação eu vou fazer isso, na saúde isso”. Livremente. Isto estará disponibilizado no portal do TSE e dos TREs, para que a sociedade possa acompanhar as propostas dos candidatos, mas, sobretudo para depois da eleição o povo poder cobrar e conferir se efetivamente aquilo que foi proclamado e proposto em campanha na prática está sendo executado.

 

Kotscho – E se não for cumprido, o que acontece?

Leite – Eu acho que aí nós temos o fundamento jurídico do recall. Ou seja, do impeachment legal. Se o prefeito, digamos, em campanha diga que não vai, assegure que não vai aumentar tributo e quando estiver no governo ele propõe o aumento do tributo. Ele incorreu em uma espécie de estelionato eleitoral. Eu acho que o mandato dele é passível de questionamento, a legitimidade está abalada neste mandato dele. O prefeito do Rio já ia ter este problema, porque em campanha ele disse que não ia aumentar imposto e criou a taxa de iluminação.

 

Kotscho – Deu um jeito de…

Leite – (risos) A lei ainda não estava em vigor.

 

Kotscho – Candidato, ninguém governa sozinho uma cidade do tamanho do Rio de Janeiro. Com quem o senhor pretende contar? Quais nomes não poderiam faltar na sua equipe de governo? Se puder dar um exemplo, claro que não é para nomear secretariado, mas dar um exemplo de um perfil de pessoas que fariam parte da sua equipe de governo. Que tipo de gente?

Leite – Nós vamos buscar no Rio de Janeiro, em todos os setores os melhores nomes que nós temos a disposição da cidade. Há muitas mentes brilhantes na cidade. Mas por exemplo, no campo fazendário da economia da cidade nós temos um patrimônio formidável, porque todo o grupo que criou o plano Real é do Rio de Janeiro. E eu sugeriria a eles indicarem o meu secretário de fazenda, entre qualquer um. Gustavo Franco, Edmar Bacha Elena Landau, enfim, há tantos craques na economia que poderia servir para isso. E há um engenheiro na cidade do Rio de Janeiro, que talvez seja um dos melhores do Brasil, eu não sei se ele toparia porque hoje é um dos melhores deputados estaduais que nós temos. É o deputado Luiz Paulo, este seria uma espécie de secretário máster na minha gestão.

 

Kotscho – Até agora deputado a campanha no Rio de Janeiro tem se resumido a um candidato falar mal do outro, alguns não falam nada. O que pretende fazer para discutir realmente os grandes problemas e desafios do Rio de Janeiro?

Leite – Eu concordo que nós precisamos ir para um estágio na política de mais respeito entre as pessoas. Eu pessoalmente me dou bem com o prefeito Eduardo Paes, politicamente não nos damos bem.

 

Kotscho – Vocês foram do mesmo partido?

Leite – Ele esteve PSDB, ele saiu do PSDB. Assim como outros que estiveram e saíram e foram PSDB. Mas nós temos que debater os temas maiores da cidade. Cada um propor uma séria de convicções abertamente para o julgamento da população. Eu não vou tratar o jogo eleitoral como jogo de canelada. E sim como o jogo da proposta, da estratégia, do que é melhor para a cidade marcar mais gols.

 

Kotscho – Como pretende enfrentar a imensa frente de partidos, acho que são 19, do atual prefeito Eduardo Paes, que conta com o apoio do governo do estado e do governo federal? É uma máquina monumental. Como o senhor pretende enfrentar este adversário?

Leite – Este fenômeno que você acaba de ilustrar é que nós intitulamos de mexicanização da política fluminense, no Rio de Janeiro. Já aconteceu na eleição para governador. Dos 92 prefeitos, 91 apoiaram o governador Cabral. Isso não há em nenhuma democracia do mundo. É um processo de aliciamento impressionante que se faz que, gera este espaçinho na máquina para cada um e um volume grande de teses que são até antagônicas na sua formulação doutrinária e etc. Isto não é bom. Então no Rio de Janeiro, também está se levando isto a frente. A ideia do partido único que no México reinou durante 70 anos. Não é bom isto, compreende? Nós vamos enfrentar apresentando propostas, mostrando que realmente há caminhos alternativos e que independentemente do governador ser de outro partido ou a presidenta de outro partido, eu como prefeito vou lidar administrativamente, presidindo meus atos em função dos interesses da cidade. Eu fui à presidenta Dilma falar sobre os royaltes do petróleo um dia no palácio, eu tenho facilidade de diálogo com o governador Cabral. Isso não vai ser problema. Aliás, esta chamada aliança em muitos campos da administração não mostrou resultado. Não necessariamente é uma pré-disposição, fator sine qua non, para poder uma administração ser eficaz. Em hipótese nenhuma.

 

Kotscho – Entre tantos outros, pra mim o maior problema em cidades como Rio e São Paulo, as maiores cidades brasileiras, hoje é o da mobilidade urbana. Que afeta todas as classes sociais e todas as regiões. Tanto quem tem carro, como quem depende do transporte coletivo. Perde-se cada vez mais tempo entre a casa e o trabalho ou a escola. O que é possível fazer como medida emergencial para a cidade voltar a andar? Eu cheguei ontem ao Rio, para fazer esta série de entrevistas, e fiquei impressionado com o trânsito. Fazia algum tempo que eu não vinha e me parece até pior do em São Paulo. Todo mundo fala de metrô, que tem que ter mais metrô e estamos todos de acordo. Mas qual é o projeto emergencial para a cidade voltar a andar? O que é possível fazer a curto prazo?

Leite – Com todo respeito aos nossos amigos paulistas, houve uma espécie de paulistização do trânsito no Rio de Janeiro. É um problema muito sério. Aliás Ricardo, eu tenho conversado com colegas de outros estados, deputados federais, e é um fenômeno brasileiro.

 

Kotscho – Eu viajo por todo o Brasil e o senhor tem toda razão. De Porto Alegre a Manaus, parando tudo.

Leite – Você conhece isso. A raiz do problema está na modelo de desenvolvimento, que neste momento a conta não está fechando, que é um modelo ancorado na indústria automobilística. É preciso forçar mais barra, é preciso investir em transporte de massa. Em metrô, em trens, em transporte de massa.

 

Kotscho – Isso demora não é? Eu pergunto o que é possível fazer a curto prazo?

Leite – Entrar na prefeitura. Tem que ampliar a engenharia de tráfego na cidade. O número de engenheiros ainda é insuficiente. Porque muitas jogadas inteligentes de fluxo-refluxo e trajetos podem ser implantadas. É preciso pensar na presença dos táxis. Os táxis podem exercer um papel de mobilidade maior. É preciso a prefeitura assumir este papel para valer. Não adianta paliativos, a solução completa é a ampliação do metrô. É a ampliação da rede de trens, e neste momento, inclusive o metrô que é do governo do estado, está em um processo de ampliação em um traçado questionável, com uma séria de pendências que estão sendo objetos de processos inclusive. E eu acho que a prefeitura, que é acionista do metrô, tem a prerrogativa, porque afinal isto se dá na cidade, o metrô está na cidade, de entrar nesta discussão. E o prefeito atual está omisso neste debate. Então é preciso emergencialmente ampliar a estrutura e melhoria dos ônibus, chamar os táxis, fazer campanhas, não gastar em publicidade à toa como se gasta. Mais de 130 milhões, gastar em inteligência na publicidade. Chamando as pessoas a terem parcerias no transporte urbano, usar mais táxis, o táxi não pode aumentar o preço, melhorar e subsidiar táxi e no fundo investir em metrô e investir e em trem.

 

Kotscho – Você já conseguiu fazer aliança com algum partido de oposição do governo? Como será o tempo do PSDB na TV? Porque a televisão é importante na campanha? Vocês estão aliados com quem?

Leite – Esta mexicanização que eu falei é radical. Sobra pouco espaço, mas nós estamos conversando muito com o Partido Verde (PV), conversando com outros partidos pequenos. O tempo na TV que o PSDB terá é de três minutos. Dá para fazer um samba. Dá para enfrentar.

 

Kotscho – O seu partido, o PSDB, se não estou enganado, jamais ganhou a prefeitura do Rio, mas já teve um presidente da República que, aliás, nasceu aqui. Aqui o senhor atribui esta fragilidade dos tucanos, o maior partido de oposição ao governo federal, com governadores em São Paulo e Minas Gerais, mas sem expressão na cidade do Rio de Janeiro?

Leite – Pois é, é verdade. Nós estamos agora soerguendo o partido do Rio. Depois do governo do Marcelo Allencar, em 1998, de lá para cá o partido vem caindo. O partido apostou durante muito tempo no governador Cabra que depois saiu do partido, depois apostou no prefeito Eduardo Paes que saiu do partido. Então nós ficamos a ver navios nisso tudo. Estamos reconstruindo o partido. Há doze anos não tínhamos candidatos a prefeito, e agora vamos ter. E estamos em um processo de crescimento. O que passou passou, o que vale é o futuro.

 

Kotscho – Se você pudesse escolher outra cidade para viver, em que cidade brasileira você iria morar e por quê?

Leite – Se fosse obrigatório eu decidir agora.

 

Kotscho – Se pudesse escolher outra cidade. Se por algum motivo tivesse que sair do Rio de Janeiro muita gente fala: “eu iria para tal lugar”, qual seria o seu “tal lugar”? Porque Sair do Rio de Janeiro não é fácil.

Leite – É evidente. Eu ia morar lá em Aracaju. Eu nasci em Aracaju e com dois anos me mandaram para cá. Minha vida transcorreu no Rio, a minha alma é toda Rio de Janeiro, o meu aprendizado. Eu sou Copacabana, eu sou Santa Cruz, militei nesta cidade, conheço os quatro cantos desta cidade, enfim mas se tivesse que ir para algum lugar, os ares da terra natal são sempre bem vindos.

 

Kotscho – Que experiências administrativas e de gestão urbana de outras metrópoles do mundo, o senhor acha possível implantar no Rio? O senhor já viajou muito, viu o que se passa lá fora e o que seria possível trazer de bom para a cidade?

Leite – O modelo alemão de administração chamados kaisers, são consórcios urbanos de pequenas cidades em aglomerados metropolitanos tem funcionado na divisão de tarefas e de responsabilidade. Isso no Brasil, nós estamos atrasados. No Rio de Janeiro, mesmo com essa aliança, governo federal, governo estadual e prefeitura, eu não vejo nenhum passo. Pelo menos em dois setores éramos para estar vivendo um momento de mais integração das administrações das prefeituras e do estado. Na saúde e no transporte. Não há uma gestão metropolitana na saúde para valer. E poderia haver. Por isso que está provado que independente da aliança, é possível fazer. Porque nós vamos criar este modelo de gestão, fazendo um somatório de recursos humanos e recursos técnicos, para melhor administrar toda a rede de saúde e o modelo de transporte urbano. Com mais modais, com concatenação, com inteligência e racionalização no setor.

 

Kotscho – São os dois setores mais críticos no Rio de Janeiro, saúde e transporte.

Leite – E Alemanha dá um show. Em termos de integração, de responsabilidade e de divisão de competências.

 

Kotscho – O que o senhor falou antes, metrô e trens. Eu estive lá, há dois meses, e é impressionante. No país inteiro.

Leite – O país tem que investir mais em transporte de massa.

 

Kotscho – Para quem está chegando ao Rio pela primeira vez, não é o meu caso, qual lugar da cidade o senhor indicaria como um lugar imperdível para qualquer pessoa que venha aqui e tem que conhecer e ir lá. Qual seria este lugar?

Leite – Eu acho que tem que dar um pulo nas paineiras, de onde você tem um visão maravilhosa da cidade em seguida faz um pit stop no Cristo Redentor e aproveita e recebe uma benção especial que vai sair com um astral reformulado. É imperdível. O Rio de Janeiro tem lugares maravilhosos, inclusive nas áreas mais populares, tem cenas do pôr do sol que são formidáveis. O Rio é realmente uma cidade única ela a maravilhosa.

 

Kotscho – O que a atual administração municipal do Eduardo Paes fez de bom e o que prejudicou a cidade? O que foi melhor e o que foi pior?

Leite – (risos) Dizem que o camarote do prefeito na Sapucaí está muito melhor do que o do prefeito anterior. Dizem não é? Agora piorou muito no setor de recursos humanos na cidade. A prefeitura tem um capital humano, que são seus servidores, e que não tem tido aquele tratamento que mereciam. Aquele reajuste permanente, para que haja uma política de reposição e de crescimento. Concatenada e ligada ao crescimento da arrecadação. Nós vamos elaborar uma lei que seja única. Cresceu a arrecadação, cresce em valores reais o salário dos servidores. Isso piorou.

 

Kotscho – Com o pré-sal, a Copa e as Olimpíadas o Rio está na moda, está na moda no mundo inteiro. O senhor se considera preparado para enfrentar os grandes desafios que estão mudando a cara da cidade e vão mudar muito mais

Leite – São conquistas do Brasil. Olimpíadas desde 1997 já se digladia no cenário internacional para que o Rio possa ganhar. Quase em 2004 nós ganhamos, mas enfim. Então é uma série de esforços coletivos que vem desde lá de trás, na época do Fernando Henrique (ex-presidente do Brasil), Ronaldo Cezar Coelho (ex-deputado federal) administrou a primeira candidatura, o Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro), o governo Lula depois e aí veio o Pan America onde o congresso aprovou todas as verbas. Eu participei muito disso. A Copa do Mundo já era pra ser Brasil há muito tempo. E o pré-sal é uma dádiva, o pré-sal está aqui a 300 milhas de onde nós estamos.

 

Kotscho – Tudo isso é muito bom, mas vai criar novos desafios e novos problemas para a cidade. Não é um desafio grande? O senhor preparado para encarar tudo isso?

Leite – Estou preparado, eu me sinto seguro e maduro. Meu conceito, procurem saber junto aos meus adversários, a minha história é aberta, vivemos o tempo da hiper-transparência, isso formidável e isso vai ser importante para a democracia. Eu espero apresentar nesta campanha um conjunto de ideias bem factíveis, bem viáveis que emocionem e ao mesmo tempo as pessoas enxerguem como viáveis.

 

Kotscho – Dê um exemplo para encerrarmos a nossa conversa. O que pode emocionar e mobilizar as pessoas?

Leite – Eu não quero entregar o ouro ao bandido. Mas nós vamos fazer, parodiando o JK, de quem tenho orgulho de ser afilhado de batismo, nós vamos fazer 40 anos em 4, uma revolução para as pessoas com deficiência na cidade. A cidade será mais humana, este é o meu objetivo.