Luiz Paulo comenta eficiência da Polícia Civil e critica Saúde do Rio

Luiz Paulo comenta eficiência da Polícia Civil e critica Saúde do Rio

Luiz Paulo comenta eficiência da Polícia Civil e critica Saúde do Rio 1

No expediente inicial, o deputado Luiz Paulo comentou a eficiencia da Polícia Civil ao relembrar os atentados sofridos por políticos no Estado do Rio de Janeiro nos últimos dias, incluindo o Presidente do PSDB em Mesquita, Fernandinho. Também chamou a atenção do Prefeito Eduardo Paes, quando este criticou o Ministro Padilha por colocar o Rio em último lugar no ranking da gestão da saúde.

Veja abaixo a íntegra do discurso.

 

“Sr. Presidente, Deputado José Luiz Nanci, Sras. e Srs. Deputados, na quinta-feira passada vim a plenário para denunciar o clima de violência que vive a política fluminense, porque o presidente do meu diretório municipal em Mesquita foi covardemente baleado e está até hoje no Hospital da Posse, com inúmeros problemas.

Quero registrar que, nesse caso específico, a Polícia Civil está promovendo todas as investigações. Estive, sexta-feira, no hospital e lá estavam inspetores e comissários tomando o depoimento da vítima, com grande dedicação ao caso. Quero registrar esse elogio à Polícia Civil, porque é necessário e fundamental que possamos fazer política em paz, onde o convencimento e o voto possam ser os instrumentos da política, e não as armas de fogo.

Hoje, quando vinha para cá, com o rádio do carro ligado na CBN, ouvia que o Deputado Janio Mendes, acompanhado de um padre, voltava do distrito de Unamar e teve o seu carro baleado. O veículo sofreu tiros e hoje ia para perícia, o que mostra mais uma vez essa questão específica da violência envolvendo a política.

Não sei se, no caso particular do Deputado Janio Mendes, foi um atentado, uma tentativa de assalto ou quer que seja. Mas é um parlamentar que teve seu carro baleado. Quer dizer, praticamente num prazo de 72 horas, temos dois atentados.

(…)

Eu voltei ao tema porque eu dizia aqui, na quinta-feira, Deputado Sabino, com relação ao atentado ao Fernandinho de Mesquita, seguramente, não era a primeira e nem seria a última vez. Ouço no rádio que agora o alvo foi o Deputado Janio Mendes, que, felizmente, está aqui, em plenário, são e salvo, e ainda estava acompanhado de um vigário dentro do carro.

Isso é uma lástima para o processo político. Nós, que fazemos política, vamos a todos os cantos do Estado, conversamos com todo mundo, a única proteção que nós temos é a proteção de Deus. Contrariamos muitos interesses, quem faz política tem que contrariar interesses, principalmente os interesses escusos, os interesses menores, os interesses pecuniários, porque a política não é negócio, política é uma atividade que você exerce para o bem-estar social. Infelizmente, a política está infestada de hipóteses de negócios. A nossa luta é, exatamente, contra essa política doente que o Brasil tem e o nosso Estado, em particular, onde permeiam narcotraficantes, milicianos e assassinos a soldo. Isso temos que empurrar para fora da política.

Fiz um apelo: os partidos políticos têm que cuidar melhor dos seus candidatos, todos, sem exceção, porque quando você dá a um bandido um mandato, você faz dele uma fortaleza do mal.

Então, temos que ter cuidado com aqueles que recebem legenda para ser candidato a vereador, deputado estadual e deputado federal. Não podemos achar que o voto está acima de tudo, que o voto é que qualifica o cidadão.

Eu tenho conversado com muitos candidatos a prefeito, quer seja do meu partido ou de partidos aliados que querem conosco estruturar um projeto coletivo e tenho dito que a qualificação inicial de um político é ser honesto e ter caráter, porque o resto é consequência.

Não adianta um político bom de voto se ele não for honesto e não tiver caráter. Não adianta ter um político competente na gestão se ele não for honesto e não tiver caráter. É isso que dignifica a política, volto a dizer, os outros atributos vêm como consequência. É exatamente isso o que está faltando, por isso, independente de partido político, as pessoas de bem têm que vir para a política, para, exatamente, melhorar o processo que estamos vivendo.

E aí, faço um aparte, Sr. Presidente, porque me chamou atenção também a questão da saúde pública no Município do Rio de Janeiro. Verifiquei que o Prefeito Eduardo Paes estava furioso no Twitter falando mal do Ministro Padilha, pela nota que o Ministério da Saúde tinha dado à gestão de Saúde do Município da Capital: o último lugar entre todas as capitais. O Prefeito Eduardo Paes dizia o seguinte: “Mas ele não considerou a minha gestão de 2011. A nota se refere ao biênio 2009/2010. Eu pergunto: quem era o gestor no biênio 2009/2010? Era o Sr. Eduardo Paes. Ora, qualquer indicador tem que ter um período de tempo e aquele indicador era no biênio 2009/2010. A análise de 2009/2010 colocou a saúde do Município em último lugar entre as capitais brasileiras.

O gestor só acha positivo quando ele tem nota alta. Quando a nota confere a realidade dos fatos a ele, ele chuta o balde, desqualifica o Ministro Padilha. O Ministro Padilha não o desqualificou, mas desqualificou a gestão dele e ele desqualificou o Ministro Padilha. Cá entre nós, acho que todos os dois têm razão. Todos os dois têm razão. Mas afinal de contas, eles não são parceiros? Eles não foram para o rádio e para a televisão dizer que estavam de mãos dadas, que era parceria da União com o Estado e com o Município do Rio de Janeiro. Eram parceiros e são parceiros na catástrofe. Porque se o biênio 2009/2010 acusou uma nota péssima para a capital, também colocou o Governo do Estado no antipenúltimo lugar entre todos os estados brasileiros.

Como o SUS é um sistema único de saúde que envolve a União, o Estado e o Município, a própria União está arrastada nessas notas precárias que o Município do Rio de Janeiro e o Governo do Estado receberam. Porque também em 2009/2010 era Governador o Sr. Sérgio Cabral e não outro. Nenhum deles pode acusar o governo passado. Porque 2009/2010 quem estava no Governo era o Lula, sendo Ministro Temporão. Todos esses governos são responsáveis por 2009/2010. Então, o que houve foi uma autocrítica do Ministério da Saúde, dizendo assim: somos incompetentes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.”