Domingo, 27 de setembro, o “Dia do Juízo Final”, por Luiz Paulo

Domingo, 27 de setembro, o “Dia do Juízo Final”, por Luiz Paulo

Conjugação de eventos será teste para governos do Estado e da capital

Na Barra da Tijuca, o último dia do Rock in Rio; na Grande Tijuca, jogarão Vasco e Flamengo; na orla da praia são esperados sol e calor, com grande fluxo de banhistas. Juntam-se a eles os arrastões e os auto proclamados defensores da população. Além disso, é dia de Cosme e Damião – dia de crianças pegarem doces nas ruas.

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Portanto, torna-se necessária vigilância plena das autoridades do Estado e do Município, na organização do trânsito, na área da segurança pública.

Chamo a atenção, porque é inadmissível que, na cidade do Rio de Janeiro, haja confronto entre os que fazem arrastão e os que se intitulam a guarda do bairro. O dever de promover a segurança pública é da Polícia Militar e o dever investigativo é da Polícia Civil. Já acabou o tempo, e há muito, da polícia mineira, que fazia a “segurança dos bairros”, da qual derivou a milícia, que tanto dano trouxe e traz ainda ao Rio de Janeiro, principalmente à Região Metropolitana. Não será por uma questão interpretativa de texto legal, envolvendo o Poder Executivo, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Tribunal de Justiça, que a Polícia Militar há de se quedar inerte diante de fatos como os vistos no último final de semana.
Temos a obrigação, neste parlamento, de discutir essa questão, porque afeta profundamente a vida da cidade, como as graves cenas vistas na televisão no último fim de semana. É preciso o mínimo de ordem dentro do aparato legal. Afinal, pretendemos ser um Estado democrático de direito.

Chamo a atenção para este tema, porque teremos um final de semana com muitos eventos, que, pela sua concentração, antecipam, talvez com mais complexidade, a realização das próprias Olimpíadas. Imaginemos: Maracanã, 60 mil pessoas; Rock in Rio, na média, 80 mil pessoas. Flamengo e Vasco, de 16h às 18 horas, provavelmente. Rock in Rio, das 18 às três da manhã, provavelmente. Praia, de 9 horas às 18 horas, com o por do sol. E os eventos de Cosme e Damião que terão as crianças correndo na rua talvez por todo o dia, e, aí, haja cuidado em relação às travessias desses logradouros. E a Guarda Municipal terá muito trabalho.

Diante disso tudo, é preciso que Estado e Município estejam conjugados para evitar as terríveis imagens que presenciamos no último final de semana. A articulação das instâncias governamentais e dos órgãos públicos será essencial para que se tenha um mínimo de controle e as pessoas possam se deslocar pela cidade em segurança.

O cidadão carioca e os que aqui transitam têm passado momentos difíceis nos últimos tempos. Ao lado de obras mal planejadas e que atingem diversas partes da cidade ao mesmo tempo, criando mudanças a cada momento no trânsito, engarrafamentos de horas, temos ainda mais: transporte público de péssima qualidade, sem manutenção, lotado, motoristas estressados, sinalização precária, vias esburacadas, calçadas destruídas. Literalmente, de norte a sul, de leste a oeste, instalou-se o caos no Rio. Os eventos de domingo próximo e o acirramento das reações ao aumento da violência diária, agregando pseudo justiceiros ao caos reinante, são mais uma etapa da conflagração que engole a antiga cidade maravilhosa. E haja paciência!

Ah, e teremos também o eclipse com Lua vermelha. Tudo junto. Que final de semana!

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